Em razão de sua base metafísica, da antropologia filosófica realista que lhe dá contornos precisos e, por fim, dos pressupostos teológicos nos quais se inspira, a Psicologia Tomista é a verdadeira Psicologia do Ocidente. Preterida a segundo plano nos últimos dois séculos e meio, nos quais o naturalismo positivista acabou por gerar um cego cientificismo, a Psicologia Tomista compreende o homem no que é e também no que pode ser: um ente arrojado entre a matéria e a forma, numa perene tensão entre a estrutura sensitiva e as potências superiores de sua alma, inteligência e vontade, as quais apresentam o âmbito do imaterial como o único em que a felicidade é realmente possível. Esta corrente da Psicologia resgata a bondade da natureza humana na clara visão de sua queda: inocência original, pecado, redenção e glória – premissas teológicas que, no viés da Filosofia do Ser, mostram a grandeza e a miséria da nossa condição. Neste contexto, a sanidade apresenta-se como um processo, um caminho de retorno à vida eterna.
Na Psicologia Tomista, as perdas, os fracassos, as dores e paixões humanas são postos na perspectiva de uma Doutrina das Virtudes, entendidas como hábitos por meio dos quais cada ser humano é chamado a realizar o melhor de suas possibilidades existenciais. No Brasil, estamos apresentando a Psicologia Tomista com livros, cursos, atendimentos clínicos e mentorias, e os resultados até aqui alcançados nos enchem de satisfação, mas também nos mostram que muita coisa ainda há a ser feita.
Sidney Silveira e Nina Rocha